RECORTAR é uma palavra semelhante a recordar, coisa de cortar e guardar as
coisas que nos passam pelos olhos e pelas mãos: uma foto, um desenho, um postal,
uma página de revista, e passamos boa parte da vida recortando informações, de
lá pra cá, pra guardar e lembrar depois, para guardar dentro da cabeça, do
celular, de uma caixa, de um livro — a colagem é uma brincadeira de criança que
muitos artistas passaram a se utilizar para evidenciar como o tempo e a
realidade são fragmentos e estilhaços de uma história por mostrar e vale a pena
pensar como uma palavra e mais outra nos dá uma imagem, uma imagem e mais outra
nos dá uma estrela, uma ideia que nos alegra — colar é então aproximar coisas,
coisas alheias e distantes que se tornam mais nossas, e neste livro temos isso
mesmo: UM ZUNZUNZUM VISUAL como é a apropriação de imagens que se transformam
num léxico que nos serve para construir uma mensagem nova a partir de velhas
referências: imagens que boiam pela internet, vindo de manuais de história,
atlas medievais, estocagem e remix de frutas e bichos, monstros, transportes,
filatelia, propagandas, marcas famosas e desconhecidas, texturas, brinquedos,
filmes e fotografias em branco e preto, o colorido dos mestres da pintura e
depois, depois do recorte, vieram nascendo os versos, ora legendas que leem a
composição, ora palavras que me exigiam buscar outras figuras... uma coleção
sem-fim de imagens do passado e do presente aptas a serem remanejadas do seu
lugar, recortar é uma palavra semelhante a RECORDAR
✂️
bastidores do livro #coisacoisas
REEDITANDO o posfácio
para caber numa POSTAGEM
na companhia de Freud, Marx e...
Tina Bau @tipoforadacasinha!
️#2noTelhado #edicoesbarbatana
#colagem imagiário-abecedário
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