sexta-feira, 13 de outubro de 2017

João no Colégio Parthenon!

Flipar 2017


De setembro entrando outubro, dei três voltas pela Dutra ao tomar parte do III Festival Literário do Colégio Parthenon, em Guarulhos. A abertura do evento aconteceu na noite de uma quinta-feira, dia 28, com uma conversa dirigida a educadores, ao lado de André Neves, Fábio Monteiro, Marcia Leite e Penélope Martins.


O tema proposto – O visível e o invisível na literatura para a infância – talvez não fosse dos mais fáceis para alinhavar o que se mostra e o que se esconde em nossa tessitura literária. Palavras, vozes, narrativas pessoais, desenhos: tudo são imagens que carregamos durante a criação, em outras atividades profissionais e fazer pensar o intuito da literatura em nosso cotidiano. Ora, debate aberto, memória acordada...



No sábado e no domingo, o tema retornou mais alegremente na conversa com as crianças e o óbvio então se mostrou: somos todos leitores... E como é a minha rotina? Quantos livros pretendo escrever até me aposentar? Como foram feitos os desenhos para o livro? Me inspirei em Cecília Meireles? Por que escolhi a alfarrobeira para escrever um poema?

Todo o clima de curiosidade vai trazendo suas imagens enquanto respondo à entrevista. De um acalanto ao rock do Legião Urbana – e Renato Russo cantando: “Meu filho vai ter nome de santo.” Uma noite para João é um livro sobre infâncias possíveis, inspirando-se em alguns nomes bíblicos e lendas da imaginação popular. E dá-lhe saber: eu poderia fazer algo que não esquecesse outras religiões?


Claro – e compartilho um pequeno poema para homenagear os gêmeos ibejis, a partir de um desenho de João Lin. Lá no fundo do auditório, alguém sorriu. Também relembro que fiz uma referência ao Sol como um ciclope, ameaçando de morte os sete filhos da Felicidade, e exibo a capa do livro de Ziraldo – O menino mais bonito do mundo... Estou com um pé na mitologia. Pergunto: quem era o deus sol? Ouço o nome de Hórus, puxo o nome de Hélio, aquele que tudo vê... E, então, rodopio! Num dia, declamei um poema de Carlos Queirós Telles; no outro, li um parágrafo de Bartolomeu Campos Queirós – Pedro, o menino que tinha o coração cheio de domingo. Talvez aí esteja meu recado: um texto que leio eu guardo com os livros que me acompanham.


Foi realmente significativo ver a festa acontecendo pelos corredores, pais e filhos juntos por todo o final de semana. Além das fotografias, deixo aqui meu abraço para o Fábio Monteiro, a equipe do Colégio Parthenon e a Editora Paulinas, agradecendo a oportunidade de conhecer o rosto de meus leitores, entre onze e doze anos – crianças de muitos nomes e muitas perguntas.



P.S.1. A conversa sempre continua fora do auditório e isso é bom. Um menino cochichou: eu não gosto de tirar fotografia. Respondi: eu também não, mas... olha lá, seu pai tá bem contente!


P.S.2. Conheci também duas jovens professoras do Colégio Shunji Nishimura, da cidade de Pompeia. Daniela Andrade e Nayara Ayafuso se achegaram com o dedo indicativo: você nasceu em Marília! Elas foram alunas e trabalham com Kahori Miyasato, colega de faculdade de Yolanda K. Matsuda, minha professora de língua portuguesa durante a 7a. e 8a. séries. Todos os pontos da rede conectados. Pela literatura!

Fotos 1, 4 e 5. Luciana Sbampato, 2. Marina Pontes Filandra, 3. Patrícia Previato, 5. Raquel Matsushita; demais, feira e sessão de autógrafos no Colégio Parthenon, por Luiz Sposito.

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