sexta-feira, 7 de março de 2025

A de Antonio, B de Barbatana

REPOST @paulo_verano

#coisacoisas e como é o projeto barbatânico,
nas palavras do editor

PA

GRA
FOS

Temos, Angela Mendes e eu, na @edicoesbarbatana, a sorte da amizade e da autoria de Peter O Sagae @dobrasdaleitura em nosso catálogo.
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No estreitamento desse encontro, que foi o lançamento conjunto do estranhamente delicioso ou deliciosamente estranho livro Coisa, Coisas, Peter nos disse que queria fazer parte do Lado B da editora.
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Dizia com convicção que enxergava um Lado A e um Lado B em nosso catálogo, com a convivência mais ou menos harmônica de obras mais e menos comerciais.
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Certamente Peter O Sagaz estava certo, essa tensão é algo intrínseca e de certo modo planejada dentro de nosso catálogo.
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O que Peter O Sagaz chamou de lados A e B, talvez Antonio Candido tenha chamado antes, em seu Literatura e Sociedade, de "arte da agregação" (ou "integração"), aquela que percorre sistemas simbólicos já estabelecidos, e "arte da segregação" (ou "diferenciação"), aquela que tem interesse em renovar tais sistemas.
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Talvez. Eu adoro essa definição.
Para Antonio Candido, o segundo teria públicos mais reduzidos, enquanto o primeiro teria caminhos mais abertos.
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Tudo com parcimônia: porque ele entendia os processos como sendo de complementaridade.
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Gosto da utopia seguinte, que é minha: a partir da mistura, o segundo se infiltra e de certo modo hackeia a popularidade do primeiro, e, de quebra, o primeiro chega a lugares imprevisíveis a partir das brechas alcançadas pelo segundo.

Foto adicional de Rogério Abbamonte
Arquivo do IEB/USP – Fundo Antonio Candido de Mello e Souza

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